NE APA confira a receita de cerveja no Lamas Brew Club

Seja muito bem-vindo (a) ao Lamas Brew Club. Aqui somos todos aficionados por lúpulo, esse ingrediente que mexe com nossos sentidos de tantas maneiras.

Neste ciclo, vamos encarar mais alguns desafios lupulados. Vem com a gente!

No ano de 2016, as cervejas turvas invadiram o mercado cervejeiro mundial, mas não era cerveja de trigo não, era uma double IPA turva que  ficou conhecida como New England IPA.

O tempo passou e muitos estilos de cerveja hazy ou juicy, como também são conhecidos, surgiram e entraram no gosto do cervejeiro caseiro. Por isso,  para o 30º ciclo do Lamas Brew Club trouxemos uma cerveja turva que é adaptada para o nosso calor! Leve, muito aromática e com aquele sabor de lúpulo que adoramos.

O estilo da vez é uma NE APA, uma cerveja turva, leve e ultra frutada e que trará muitos desafios para o cervejeiro de final de semana como hop stand e biotransformação.

Embarque com a gente nesse mundo complexo e viciante da cerveja caseira!

História da NE APA

Não podemos falar da NE APA sem antes mencionar as New Englands IPA’s ou NE IPA. Esse estilo de cerveja turva surgiu no estado de Vermont nos Estados Unidos em meados do ano 2011 com a então pouco conhecida cerveja Heady Topper da cervejaria The Alchemist, que ganhou notoriedade mundial em 2015.
A cervejaria The Alchemist é a responsável por introduzir na cena cervejeira uma cerveja turva, com um corpo aveludado, equilibrada e com uma explosão de aromas e sabores lupulados.
A partir da explosão da Heady Topper, muitas cervejarias e cervejeiros caseiros começaram a criar suas versões de cerveja hazy e aí começaram os testes com outros estilos como NE APA, NE IPA e outras tantas cervejas turvas, mas com pegada frutada vindo de blends de fermento e lúpulo.

Como estamos em pleno verão, decidimos trazer para o Lamas Brew Club uma cerveja leve que seja fácil de beber numa tarde ensolarada e quente, mas que tenha uma bela pegada “Juicy”.

Características da NE APA

Cerveja de corpo aveludado, levemente adocicada e carregada de lúpulos que rementem à frutas tropicais no aroma e sabor e com leve amargor presente no retrogosto. Sua aparência é turva com coloração amarelo palha.

OG: 1.054    FG: 1.016

IBU: 23,3    ABV: 5%     EBC: 6,3


Técnicas Utilizadas

1) Hop Stand ou Whirlpool hopping: é adição de lúpulo durante o processo de whirlpool. É possível usar este momento, especialmente se você esperar a temperatura cair em torno de 90 a 80°C para conferir um pouco de amargor à cerveja e adicionando ao mesmo tempo sabor e aromas (muito sabor e aroma) à cerveja. Para fazer o Hop Stand, durante o whirlpool, a hora que o mosto atingir a temperatura de 90°C, iremos adicionar o lúpulo e deixar por 20 minutos.

 

2) Biotransformação: É chamada de biotransformação as modificações químicas causadas por um organismo em um componente. Quando levamos esse termo para o mundo cervejeiro, a biotransformação se refere a interação de substâncias do lúpulo com a levedura. Porém este tema ainda esta em fase muito iniciais de estudos e o que vamos propor aqui são experiências que já realizamos em conjunto com algumas cervejarias e que deram resultados bem interessantes.

Resumindo, o que ocorre é: o lúpulo tem alguns componentes que não conferem nenhum aroma. Esses componentes não aromáticos, ao entrar em contato com enzimas presentes na levedura são quebrados em duas moléculas diferentes: glicose (açúcar fermentescível) e no óleo essencial Linalool (notas de laranja, floral, lavanda).

Essa reação é chamada de hidrólise, e ocorre com a quebra de uma ligação da molécula, gerando duas moléculas diferentes e liberando água. A enzima presente nas leveduras que é responsável por essa reação é a β-glicosidase.

Um ponto importante para ser destacado é: para a biotransformação ocorrer é preciso adicionar o lúpulo durante a fermentação, momento em que a atividade enzimática é maior. Essa não é uma prática muito utilizada porque, entre outros fatores, com o desprendimento de CO2 durante a fermentação, o gás acaba arrastando os óleos essenciais e eliminando do produto final. Para evitar a perda dos óleos essenciais, adicionaremos o lúpulo em dois momentos: no final da fermentação e no final da maturação. Assim garantimos que os óleos essenciais já presentes no lúpulo sejam transferidos para a cerveja, mas também esse novo elemento proveniente da biotransformação, deixando a cerveja ainda mais aromática e complexa.

 

3) Levedura de média floculação: Nesta receita usaremos a levedura Fermentis S-33, que trará notas frutadas, ajudando corpo e sensação cremosa na boa. Como ela possui média floculação, ela ajudará a termos uma cerveja turva como toda boa New England deve ser.

Vantagens de Ser Assinante Lamas Brew Club

Fazendo parte do club, o cervejeiro sempre terá:

  • Receitas inéditas e completas para fazer em casa;
  • Desafios cervejeiros a cada ciclo do clube;
  • Análise sensorial da amostra de cerveja completamente grátis;
  • Descontos exclusivos no site e nas lojas físicas da Lamas Brew Shop na compra de insumos e equipamentos;
  • Participando do concurso, o cervejeiro tem a chance de concorrer a um Fermentador Cônico de Inox de 50L. 

E aí ficou curioso com essa receita? Veja como adquiri-la no site do Lamas Brew Club.

Fernanda Puccinelli Autor

Gerente de marketing da Lamas Brew Shop. Descobriu o universo da cerveja caseira sendo cobaia das primeiras cervejas dos Lamas. Se apaixonou de vez pelas artesanais depois de se mudar para os EUA. De volta ao Brasil entrou no grupo da Manada Lamas, sendo responsável não apenas pelas ações de Marketing como também pelas curadoria do Lamas Brew Club.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *