Coffee Stout – o estilo do bimestre do Lamas Brew Club

Durante esses 25 ciclos do Lamas Brew Club aprendemos muito. E se tem algo sobre a história dos estilos que não podemos negar é que elas são incertas e carregam inúmeras lendas que foram passando de geração para geração.

História dos Estilos Stout e Porter

Ora, a história da Stout não poderia ser diferente. Originária do Reino Unido, não é possível falar da Stout sem antes falar do surgimento da cerveja Porter.

O primeiro registro que se tem do termo “Stout” para se referir a uma cerveja forte é de 1677. Mas foi só com a Revolução Industrial Inglesa que as primeiras Porters surgiram, em meados do século XVIII. Com a revolução, muitos fazendeiros foram expulsos de suas terras e forçados a ir para as áreas urbanas.

Com a mão de obra disponível, Londres começou a se modernizar e a melhorar seus cais e portos. E onde tem trabalho pesado tem trabalhadores com sede de cerveja e para matar essa sede, a demanda de cerveja começou a aumentar. Com a melhoria dos portos, Londres começou a receber malte marrom de outras regiões da Inglaterra, com um valor bem mais em conta. E foi assim que surgiram as Porters, cerveja que era consumida, principalmente, pelos trabalhadores dos portos.

O crescimento da produção de cerveja chamou a atenção do governo que começou a taxar tanto o malte quanto a cerveja. Os cervejeiros então tentaram de tudo para reduzir os custos de suas cervejas sem perder o sabor característico, até açúcar queimado eles usavam (o que foi proibido depois de um certo tempo). Em 1817 foi criado o primeiro forno para torrar malte e com isso foi possível conferir cor na cerveja, mas sem precisar utilizar grandes quantidades de malte. Essa nova torra de malte possibilitou a produção de cervejas mais escuras.

Além do mercado interno, os Ingleses forneciam cerveja para outros países e para suas colônias ao redor do mundo. Essas cervejas precisavam ser mais fortes para não estragar durante as longas viagens. As Porters produzidas para importação eram chamadas de “Extra Stout Porter”.  Por volta de 1820 o termo começou a ser utilizado como uma variante do estilo – dá para imaginar alguém entrando em um PUB e pedindo uma Porter mais forte ou uma “Stout Porter” – o termo aos poucos foi virando apenas “Stout” e hoje são estilos distintos (apesar de muito semelhantes).

Apesar da Stout ser um estilo clássico, a Coffee Stout é uma versão mais moderna que surgiu nos EUA, mas por enquanto, não chega a ser um novo estilo reconhecido. E obviamente foi criada pelos americanos, que acharam uma boa ideia juntar duas bebidas que eles amam e tomam praticamente o dia todo: Café e Cerveja.

A adição de café deu mais do quer certo, as duas bebidas se completam e o resultado é uma cerveja única, complexa, com notas que variam conforme os grãos e tipo de torra que é utilizada. E se nos EUA as Coffee Stout vêm ganhando mercado na última década, imagina aqui no Brasil, que somos o maior produtor de café do mundo e a cada dia nos destacamos mais na produção de café especiais.

 

Impressão Geral da Coffee Stout

“Uma ale muito escura, torrada, amarga e cremosa. As notas de café, chocolate e nozes do café se misturam com as notas do malte, trazendo complexidade a bebida.”

Técnicas Utilizadas na Coffee Stout do Lamas Brew Club

Cold Mash: O Cold Mash ou Extração a frio é uma técnica que permite a extração de cor de maltes especiais, além de aromas/sabores e substâncias solúveis formadas durante a malteação por reações enzimáticas. Por outro lado, não irá extrair substâncias indesejadas, como carboidratos complexos (ex.: glucanos que conferem viscosidade ao mosto). A técnicas é recomendada para a produção de Stout mais leves (Dry Stout e no nosso caso, Coffee Stout) pois confere sabor e aroma, mas não tanto corpo, resultando em um final seco.

Adição de Café: Assim como o lúpulo, o café é rico em compostos voláteis, que são responsáveis por todo seu aroma e sabor. São mais de 1.500 substâncias já identificada, colocando o café como a bebida com maior concentração de compostos voláteis. Adicionar café na cerveja significa incorporar toda essa complexidade de aroma e sabor, produzindo uma cerveja única.

Para a Coffee Stout do Lamas Brew Club escolhemos o Café Kurubi. Produzido em 5 fazendas próprias na cidade de Pedregulho, o Café Kurubi, com grão do tipo arábica, têm acidez e corpo equilibrados e excelente doçura natural com bouquet levemente caramelizado. KURUBI OCA traz em seus grãos o aroma e o sabor do tradicional café brasileiro. Forte e encorpado, de grãos secos naturalmente, traduz a essência do brasileiro em sua mais pura forma. Notas sensoriais: Chocolate e Frutas Secas com corpo aveludado e leve acidez.

Para aproveitar ao máximo seus compostos solúveis, faremos um Cold Brew, técnica muito semelhante ao Cold Mash, que irá garantir a preservação dos aromas do café.

Características vitais da Coffee Stout

OG: 1,042
FG: 1,012
IBU: 30
ABV: 4,0%
EBC: 46

Vantagens de ser Assinante Lamas Brew Club:

Fazendo parte do club, o cervejeiro sempre terá:

Receitas inéditas e completas para fazer em casa;
Desafios cervejeiros a cada ciclo do clube;
Análise sensorial da amostra de cerveja completamente grátis;
Descontos exclusivos no site e nas lojas físicas da Lamas Brew Shop na compra de insumos e equipamentos;
Ficha de receita colecionável;

E ainda participando do concurso, o cervejeiro tem a chance de concorrer a uma Grainfather® (equipamento automático para fabricação de cerveja) que é sonho de consumo de muitos cervejeiros caseiros.

E aí ficou curioso com essa receita? Veja como adquiri-la no site do Lamas Brew Club.

 

Fernanda Puccinelli Autor

Gerente de marketing da Lamas Brew Shop. Descobriu o universo da cerveja caseira sendo cobaia das primeiras cervejas dos Lamas. Se apaixonou de vez pelas artesanais depois de se mudar para os EUA. De volta ao Brasil entrou no grupo da Manada Lamas, sendo responsável não apenas pelas ações de Marketing como também pelas curadoria do Lamas Brew Club.

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